12 de abr. de 2011

Homossexualismo

O terminal urbano de uma cidade é sempre um lugar cheio de coisas interessantes acontecendo.
Quando o tédio toma conta, e começo a pensar na minha vida, corro para lá. Assim evito um pouco meu sofrimento.
Durante alguns minutos observei dois senhores conversando calmamente. Pareciam velhos amigos, e sem preocupação trocavam ligeiras palavras sobre o cotidiano. Nada de interessante, até que um deles tocou no assunto mais proibido da sociedade atual:
- E você, é contra o homossexualismo?
- Claro que não! Ser contra isso hoje em dia só dá problema! É até crime.
Parei para pensar, e quis acreditar que ele estivesse errado. Mas não, ele está certo. Hoje em dia, falar que se é contra o homossexualismo é crime. Como pode isso em um país que se diz democrático? Isso faz sentido?
Lembrei-me de uma conversa que tive tempos atrás com um amigo, e ele me disse algo interessante:
Se você ficar devendo para alguém, é considerado crime? Sim, é considerado crime. Porem, se eu chegar para você e falar: Cara, você está errado, deveria pagar esse dinheiro, não acho certo isso que você está fazendo. Eu estou cometendo um crime por não concordar com o rumo de vida que ele está levando? Não, não estou.
Pois eu não vejo diferença nesse caso que citei, com o caso do Homossexualismo! Não evito pessoas que seguem essa escolha na vida, nem penso em agredi-las, como muitos malucos fazem. Nem ao menos penso que elas deveriam tentar ter uma opção sexual “normal”.
O que eu realmente acho, é que eles deveriam ter mais segurança de si mesmos, e não se sentir agredido quando alguém compartilhar que é contra esse tipo de opção sexual. Afinal, se fosse assim, eu iria processar todos que falam mal do meu cabelo. É a minha opção de penteado. Iria processar todos que reclamam da minha barba, afinal, é a minha opção para ela.
Não sou contra os gays. Eles são seres humanos como eu. Sou contra o ato homossexual em si. Castidade é necessário e é o caminho.
Levantei-me e sai. Aquele ambiente estava preconceituoso demais para mim, que já sofro tanto preconceito.
                

Massacre. Mais um.

Manha gelada, assim como as outras. Como de costume, passo no barzinho para tentar ganhar um café da manha em troca de algum serviço: Seja carregando um caminhão de cimento, seja limpando uma garagem.
E para não perder o costume, minha pior inimiga estava ligada, mostrando tudo que eu não queria ver. Mais violência.
- Massacre no Rio de Janeiro! Um individuo entrou em uma escola de ensino infantil, e atirou diversas vezes contra as crianças
Atirou diversas vezes contra as crianças. Contra as crianças. Demorei tanto tempo repetindo essa frase em minha mente, que o café que havia ganhado esfriou. O tempo passou e eu nem vi.
O que leva uma pessoa a atirar contra crianças? Será que elas haviam cometido um erro tão grave a ponto de serem assassinadas a sangue frio por um psicopata que tinha problemas consigo mesmo?
Parei para pensar e nem sei quanto tempo se passou. No bar há somente um relógio de ponteiro, e nunca me dei bem com eles. Novamente me surpreendi como em tão pouco tempo, todos no recinto já falavam sobre futebol e mulheres. Nada havia ficado daquela catástrofe no coração daqueles homens.
Na TV, a programação seguia, e tudo se normalizava. Mas até quando? Nossa sociedade é podre. Um contra o outra, e o outro contra um. É assim que vivemos.
Quantos “bom dia” você deu hoje? Quantos você recebeu? Um simples bom dia muda uma manha. Quantos abraços você deu hoje? Quantos você recebeu? Um abraço pode mudar uma semana inteira. Quantas vezes você se importou com quem não se importa com você? Isso pode mudar uma vida inteira.
Não estou protegendo o ato covarde e repugnante que aquele jovem cometeu. Ele errou, e onde quer que esteja, está acertando as contas com Deus. A Justiça será feita. Mas será que isso poderia ter sido evitado, se a nossa sociedade não fosse tão competitiva, e se quem mandasse nesse mundo não fosse o dinheiro, e sim a compreensão?
                Olhando em volta, notei um homem pegando seu celular e discando um numero muito rapidamente. Pude ver que ele estava um pouco apressado para ser atendido. Quando foi, disse:
- Dalva, a Sofia está bem? Sim? Tudo bem, a gente se vê a noite querida.
Deduzi que fosse a sua filha. Ele estava se preocupando com ela? Também pensei nisso, até ele passar por mim, e claramente evitar ate mesmo o ar que eu respirava. Como ele poderia estar zelando pela filha, se nem ao menos olha para quem realmente precisa dele?
Deixo apenas uma frase para se pensar: “Muitos são os que querem proteção. Poucos são os que zelam”.
Que Deus esteja SEMPRE conosco.

13 de jan. de 2011

Desmoronamentos

                - Centenas de pessoas morrem em desmoronamento no Rio de Janeiro.
                Ouvi isso hoje, passando na frente de uma loja de eletrodomésticos. Muitas pessoas, assim como eu, ficaram ali paradas, esperando maiores informações. Outras passavam apressadas, com seus celulares no ouvido e seus sentimentos guardados no bolso.
                Enquanto olhava fixo para a televisão, pude reparar que ao contrario dos outros deslizamentos que já presenciei, esse não atingia somente os pobres, mas os ricos também.
                Grandes casas desmoronadas, assim como famílias também. Vi um homem que chorava, dizendo que viu a mulher ir embora com a enxurrada. Emocionei-me e fiquei sem saber o que pensar.
                A natureza mais uma vez mostrou quem é que manda nesse mundo. Já passou da hora do homem ver que o dinheiro não é tudo, e que toda essa tragédia aconteceu por imprudência. Ou vocês acham que construir casas ao lado de um morre íngreme, totalmente inseguro, onde sempre houve constantes acúmulos de água, é algo coerente? Não né?
                Arrisco dizer que avisos foram dados, como aquela vez que parte de um morro desabou na entrada de um túnel, e o mais recente, onde um grande deslizamento de terra acabou com diversas vidas também. Era de se prever.
                Dessa vez o estrago foi maior, e atingiu também pessoas que por ter dinheiro, talvez se achassem inatingíveis por esses “desastres” de pobres. Talvez. Não os culpo, porque realmente isso só tinha atingido a classe baixa, pelo menos ultimamente.
                Entristeço-me com tudo isso, porque vivo em um país onde o que importa é cobrar impostos, e não proteger a população que luta pra viver.
                Logo depois, vi uma declaração da nossa querida Dilma dizendo: “A população pode esperar medidas firmes”. Com todo respeito querida Dilma: Firme tinha que ser a terra do morro que desabou. E de que adianta medidas “firmes” se agora centenas de pessoas já morreram? De que adianta? Será que a senhora só vai tomar atitudes dignas de uma líder quando um monte de lama incontrolável invadir a ‘sua’ casa? Crie vergonha na sua cara, sua incompetente, e proteja o povo que te elegeu. Quanto a mim, não se preocupe que não votei na senhora.
                Meus sentimentos para as famílias, e que Deus conforte os corações de quem precisa.

9 de jan. de 2011

O Dilema das Favelas

Domingo quente; muito ensolarado. Eu diria que é um lindo dia aqui na minha cidade.
Acordei hoje de uma noite calma de sono, porém, muito fria. A fome me chamou, e sai pelas ruas tentando achar alguém de bom coração disposto a me ajudar com um almoço.
Como de costume, passei na frente do barzinho onde geralmente encontro pessoas dispostas a me ajudar. A televisão estava ligada, e o começo do meu mau humor se encontrava nesse fato.
Uma reportagem na rede globo de televisão. Criançinhas sorrindo, correndo pra lá e pra cá no meio de uma quadra, localizada na favela do Alemão. Sentei-me em uma mesa para poder assistir com calma. As pessoas me olharam, mas logo se esqueceram de mim e voltaram aos papos de sempre no balcão.
Em tom vitorioso, a matéria seguiu, contando como as crianças da favela agora tinham a chance de se manter longe das drogas por consequência desses projetos, feitos assim que a policia dominou a favela. As crianças mostraram cambalhotas, estrelas, e tudo mais que se tem direito, mas em momento NENHUM, eles mostraram como é que isso as afastava da criminalidade e do uso de drogas.
Que dizer que se um dia eu precisar roubar pra ter o que comer, é só dar uma estrela que minha fome passa? Vou me lembrar disso quando acordar durante a noite morrendo de fome.
A maneira correta de tirar essas crianças do risco do crime, do trafico e dos vícios, não é ensinando como se fazer uma pirueta, e sim, com cursos que deem a elas uma condição digna de emprego! Não estou desmerecendo a ginástica artística, mas temos que ser realistas, e saber que estamos no Brasil, local onde não se dá valor para atletas! Os poucos que estão sempre na mídia, sobrevivem por culpa dos patrocínios, e não por ajuda da nação.
A matéria seguia, enquanto eu ficava perdido nos meus pensamentos, mas pude ver quando o repórter perguntou para uma jovenzinha:
 - Agora que a policia dominou a favela, você não tem mais medo?
 - Não.
Dominou a favela?! Eles só podem estar de brincadeira. As favelas estarão sempre ali, não importa o que o governo tente fazer. É algo que fugiu do controle faz tempo, e que não tem mais volta. E onde tiver favela, vai ter trafico, bandidos, drogas, etc.! Não que no resto do mundo não irá ter, mas é ilusão pensar que só pela policia estar ali, tudo está seguro.
O governo apoia as favelas, colocando esses projetos, dando rendas, não cobrando energia, aluguel, água, nada. O certo seria usar o dinheiro revertido para esses projetos, para ir tirando o povo desses locais aos poucos, enquanto se estabiliza o país, para que novas famílias não precisem viver na favela. É um caminho longo, mas imagino que é o correto. E aposto que se a política do Brasil não fosse tão suja, e os políticos não fossem tão corruptos, daria para fazer isso e sobraria dinheiro.
Fim da reportagem. Sai de lá abatido. Queria mudar o mundo, mas não tenho forças. Sou apenas um andarilho idealista, que gostaria que o mundo fosse menos cruel com quem sonha em viver um dia, em um mundo onde quem controle as razões, seja somente o coração, e não o bolso.