12 de abr. de 2011

Massacre. Mais um.

Manha gelada, assim como as outras. Como de costume, passo no barzinho para tentar ganhar um café da manha em troca de algum serviço: Seja carregando um caminhão de cimento, seja limpando uma garagem.
E para não perder o costume, minha pior inimiga estava ligada, mostrando tudo que eu não queria ver. Mais violência.
- Massacre no Rio de Janeiro! Um individuo entrou em uma escola de ensino infantil, e atirou diversas vezes contra as crianças
Atirou diversas vezes contra as crianças. Contra as crianças. Demorei tanto tempo repetindo essa frase em minha mente, que o café que havia ganhado esfriou. O tempo passou e eu nem vi.
O que leva uma pessoa a atirar contra crianças? Será que elas haviam cometido um erro tão grave a ponto de serem assassinadas a sangue frio por um psicopata que tinha problemas consigo mesmo?
Parei para pensar e nem sei quanto tempo se passou. No bar há somente um relógio de ponteiro, e nunca me dei bem com eles. Novamente me surpreendi como em tão pouco tempo, todos no recinto já falavam sobre futebol e mulheres. Nada havia ficado daquela catástrofe no coração daqueles homens.
Na TV, a programação seguia, e tudo se normalizava. Mas até quando? Nossa sociedade é podre. Um contra o outra, e o outro contra um. É assim que vivemos.
Quantos “bom dia” você deu hoje? Quantos você recebeu? Um simples bom dia muda uma manha. Quantos abraços você deu hoje? Quantos você recebeu? Um abraço pode mudar uma semana inteira. Quantas vezes você se importou com quem não se importa com você? Isso pode mudar uma vida inteira.
Não estou protegendo o ato covarde e repugnante que aquele jovem cometeu. Ele errou, e onde quer que esteja, está acertando as contas com Deus. A Justiça será feita. Mas será que isso poderia ter sido evitado, se a nossa sociedade não fosse tão competitiva, e se quem mandasse nesse mundo não fosse o dinheiro, e sim a compreensão?
                Olhando em volta, notei um homem pegando seu celular e discando um numero muito rapidamente. Pude ver que ele estava um pouco apressado para ser atendido. Quando foi, disse:
- Dalva, a Sofia está bem? Sim? Tudo bem, a gente se vê a noite querida.
Deduzi que fosse a sua filha. Ele estava se preocupando com ela? Também pensei nisso, até ele passar por mim, e claramente evitar ate mesmo o ar que eu respirava. Como ele poderia estar zelando pela filha, se nem ao menos olha para quem realmente precisa dele?
Deixo apenas uma frase para se pensar: “Muitos são os que querem proteção. Poucos são os que zelam”.
Que Deus esteja SEMPRE conosco.

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